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Evolucionismo e Seleção natural

A palavra evoluir vem do latim evolutione, que significa desenvolvimento progressivo, seja de uma ideia, de um acontecimento, de uma ação, etc. Em biologia, evolução se refere a uma teoria que admite a transformação progressiva das espécies.

Os seres vivos podem se "ajustar" às condições ambientais até um certo limite. Por exemplo, um jogador de futebol que mora e treina na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo, se for jogar uma partida na Bolívia (onde a altitude é muito maior e assim a pressão do oxigênio contido no ar é bem menor) precisará ir alguns dias antes da partida para treinar e elevar o seu número de hemácias no sangue, o que aumentará a eficiência do transporte de oxigênio para os diferentes tecidos do corpo.

Contudo, se este mesmo jogador subir a altitudes muito maiores na nossa atmosfera, chegará um momento que seu corpo não conseguirá mais se ajustar, adaptar, às novas condições. Aí, mesmo que ele não faça nenhum esforço físico, a sua capacidade de retirar oxigênio do ar será insuficiente para mantê-lo vivo e ele vai morrer.

Ao capinar jardins, cortar cana, ou colher feijão, a pele das mãos de um lavrador ficará mais grossa, espessa (calejadas), pelo uso contínuo da foice ou da enxada, pelo trabalho duro realizado com elas.
 
Adaptação e transmissão de características
Um halterofilista terá a musculatura de seus braços bastante desenvolvida, mas seu filho, se não praticar o mesmo esporte, não terá a musculatura avantajada como a do pai. Ou seja, as pessoas que apresentam as alterações que citamos anteriormente não as transmitem para seus descendentes. Essas alterações são fisiológicas, no indivíduo. Nesses casos, não há uma modificação no material genético para que possa ser transmitido às outras gerações.

Existem características das espécies que podem ser transmitidas aos descendentes de uma mesma espécie. Diferentemente da maioria dos outros mamíferos, as baleias têm corpos hidrodinâmicos; normalmente não possuem pêlos (que é uma característica dos mamíferos) e têm seus membros anteriores transformados em nadadeiras. Além disso, possuem uma cauda achatada horizontalmente, responsável pela locomoção e estabilidade de seus corpos.

O ouvido das baleias não apresenta qualquer estrutura externa, como a maioria dos mamíferos que possui orelha. Suas narinas localizam-se no alto da cabeça e elas têm uma espessa camada de gordura embaixo de uma grossa pele, que proporciona um isolamento térmico, funciona como reserva de energia para enfrentar as longas migrações e auxilia na flutuação de seus corpos. O sistema respiratório desses animais suporta longos períodos de mergulho.

Podemos dizer que as baleias estão adaptadas ao meio aquático, pois possuem várias características que lhes permitem sobreviver nesse ambiente. Essas características são geneticamente determinadas e assim podem ser transmitidas aos descendentes de cada uma das baleias.

A evolução biológica pode ser compreendida como um conjunto de transformações que ocorre no decorrer do tempo em uma população. Essas modificações estão intimamente ligadas ao como estes seres vivos se adaptam ao meio ambiente, ou seja, essas modificações são movidas pela seleção natural.
 
Seleção natural
Quando uma espécie encontra-se em um meio favorável, o número de indivíduos daquela espécie aumentará até o limite de capacidade daquele ambiente. Suponhamos que em uma determinada região o solo esteja bastante favorável para o desenvolvimento de plantas herbáceas (plantas de pequeno porte).

Alguns coelhos chegam a essa região e se reproduzem, geram descendentes, os quais conseguem sobreviver devido à abundância alimentar e à disponibilidade de espaço, pois podem esconder-se de seus predadores. Esses descendentes também se reproduzem e os descendentes de seus descendentes também se reproduzem. Dessa forma a população de coelhos irá aumentar até não existir mais alimento suficiente para todos, nem espaço para viver ou se esconder dos predadores.

Esses coelhos são todos de uma mesma espécie e, mais do que de uma mesma espécie, são de uma mesma população, são aparentados de uma maneira geral. Porém, apesar de serem geneticamente muito semelhantes, não são idênticos. Alguns são mais lentos e podem ser mais facilmente capturados pelos seus predadores. Os que têm a visão melhor e são mais rápidos encontrarão alimento mais facilmente.

Alguns podem apresentar uma deficiência imunológica e ao serem infectados por microrganismos morrerão facilmente. A coloração de alguns chamará mais a atenção dos predadores que a coloração de outros, sendo assim, os mais chamativos terão maior dificuldade para escapar de seus predadores.

Na luta para se manterem vivos, os que conseguem chegar na idade adulta, se reproduzem. Esses indivíduos que sobreviveram eram mais adaptados que os outros e conseguiram deixar mais descendentes, semelhantes a eles, que, por sua vez, terão maior probabilidade de se adaptarem ao meio, como seus pais.

A esse processo Darwin deu o nome de seleção natural: os mais adaptados às condições do meio ambiente sobrevivem e se reproduzem e a cada geração os que se reproduzem são, preferencialmente, aqueles que possuem melhores condições de adaptação ao meio ambiente.
 
Darwinismo
Baseando-se na seleção natural, Darwin estabeleceu a teoria da evolução, a qual é conhecida como darwinismo.

A teoria evolucionista de Darwin pode ser descrita da seguinte forma: as espécies de seres vivos se transformam ao longo dos tempos, pois sofrem seleção natural, que prioriza os seres mais adaptados ao ambiente em que vivem, devido a suas características serem adequadas ao meio onde vivem. Assim, a força que gera a transformação das espécies no decorrer do tempo é a seleção natural.

Se as condições do meio em que vivem se alteram, os indivíduos bem adaptados podem não ser mais os mesmos. Um exemplo clássico é o das mariposas da Inglaterra (Biston betularia). Antes da industrialização, os bosques próximos às cidades eram ambientes claros. Assim as mariposas de tonalidades mais claras confundiam-se com os trocos das árvores, que eram cobertos por líquens. Seus predadores visualizavam melhor as mariposas de tonalidades escura, e as capturavam com maior frequência.

Podemos afirmar que, nessa época, as mariposas de coloração mais clara estavam mais adaptadas ao meio ambiente. Por isso, conseguiam se reproduzir com maior frequência e deixavam mais descendentes que as mariposas de tonalidades escuras. Com a industrialização da Inglaterra, afuligem passou a cobrir os troncos das árvores em lugar dos liquens. A poluição deixou o ambiente dos bosques mais escuro.

Dessa forma, as mariposas de colorações mais claras passaram a ser capturada com maior frequência pelos predadores, já que esses, agora, as enxergavam com maior facilidade. Assim as mariposas mais escuras passaram a ser favorecidas pela nova condição do meio ambiente e as mariposas de tonalidades mais claras, antes bem adaptadas, deixaram de se reproduzir com tanta frequência e produzir tantos descendentes.
 
Neodarwinismo
Na época que Darwin criou a teoria da evolução sua maior dificuldade era explicar de forma satisfatória a origem e a e a transmissão das variações que ocorreriam nas populações das diferentes espécies. Darwin morreu sem conseguir explicar essas variações, pois muitos conhecimentos, como os de mutação, ainda não eram conhecidos.

O neodarwinismo, ou a teoria sintética da evolução, é o desenvolvimento das ideias de Darwin, o qual se deu a partir das informações conseguidas pela genética, pela sistemática e pela paleontologia para explicar a evolução da vida.

Teorias Evolucionistas: Lamarck e Darwin

Pense com quantas espécies de seres vivos você já se deparou na sua vida.

A variedade de seres vivos existentes no nosso planeta fascina o homem há muito tempo. A necessidade de buscar explicações para a sua própria origem, para a origem de todos os outros seres vivos e até mesmo do universo, levou o homem a criar mitos e teorias a esse respeito.

O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) afirmava que as espécies surgem por geração espontânea, ou seja, os organismos, como por exemplo, ratos e baratas, podem surgir de uma massa inerte, de uma camisa muito suja e farelo de aveia deixados em um local protegido. A geração espontânea permaneceu a única explicação científica do surgimento das espécies durante séculos.

Em geral, as pessoas acreditavam que cada espécie de ser vivo havia sido criada por Deus (criacionismo) e assim permanecia imutável ao longo dos tempos (fixismo). Essas são teorias em os adeptos de algumas religiões acreditam até os dias de hoje.
 
Questionando o fixismo
Os biólogos do século 18, porém, começaram a questionar o princípio da imutabilidade das espécies. Georges Louis Leclerc (1707 - 1788), o conde de Buffon, fez um vasto trabalho sobre a história da Terra. A principal importância dessa obra é a de lançar a ideia de mudança das espécies com o tempo - a evolução.

O fato de os homens e alguns animais possuírem órgãos que, pareciam, não ter utilidade alguma levou Buffon a concluir que esse seria um indício da ocorrência de alguma modificação na espécie. Ele chegou a sugerir a existência de um ancestral comum dos mamíferos (homens, macacos e quadrúpedes), mas como era possível ter certeza disso?

Erasmus Darwin (1731-1802), avô do naturalista Charles Darwin, acreditava que as aptidões de um determinado animal eram resultado da organização da matéria da qual era formado. Assim, ao observar a estrutura de um organismo pode-se relacionar, entender, a sua função.

Partindo desse princípio, para Erasmus Darwin, a mudança da estrutura de alguma espécie era devida a transformações no ambiente e seria uma resposta do organismo a essa variação. Quaisquer mudanças ocorridas em um indivíduo seriam transmitidas para a sua prole.
 
Lamarck e o lamarquismo
Jean-Baptiste Antonie de Monet, cavalheiro de Lamarck (1744-1829) era um naturalista francês que compartilhava da ideia de que a estabilidade das espécies não tinha fundamento. Descreveu exemplos de criação seletiva (feita pelo homem) para fundamentar que as espécies mudam e que a causa dessas mudanças são as condições externas.

Para Lamarck, modificações no ambiente causam alterações nas necessidades dos seres vivos, o que leva a uma alteração de comportamento. Assim são alteradas a utilização e o desenvolvimento dos órgãos de cada indivíduo, o que, ao longo do tempo interfere na forma das espécies.

Sendo assim ele chegou a lei do uso e desuso, segundo a qual os indivíduos perdem características de que não necessitam e desenvolvem as que estão sendo utilizadas. Essa mudança seria transmitida à prole, ou seja, ocorre a transmissão dos caracteres adquiridos. O exemplo mais famoso que ele apresentou foi o seguinte: o pescoço comprido das girafas se desenvolveu à medida em que elas precisaram comer folhas das árvores mais altas.

Seguindo esse raciocínio, os músculos potentes das pernas de um jogador de futebol seriam herdados pelos seus filhos. Essa seria a herança dos caracteres adquiridos, o que evidentemente não ocorre.
 
Cuvier e Owen
Influenciado pelas ideias de Goethe sobre morfologia, Georges Cuvier (1769-1832) estudou os fósseis. Seus estudos não o conduziram a quaisquer das conclusões de Lamarck. Ele verificou a existência da sucessão de populações animais, bem como a extinção de espécies que tinham existido.

Para ele estas extinções teriam ocorrido porque a Terra havia passado por uma série de catástrofes, assim como o dilúvio. Após cada catástrofe, o repovoamento da Terra era feito pelas espécies remanescentes e pelas espécies novas as quais vinham de partes do mundo que não haviam sido adequadamente exploradas.

Cuvier entendia que um organismo é formado de várias partes complexas que se inter-relacionam e que não podem ser modificadas, pois isso causaria uma desarmonia no indivíduo. Ele não acreditava na evolução orgânica. Para Cuvier, as alterações nos órgãos alterariam a capacidade de sobrevivência de um animal. Porém, ele estabeleceu a extinção como um fato e seus pontos de vista estimularam o interesse de outros pesquisadores pela anatomia comparada e pela paleontologia.

Richard Owen (1804-1892) concentrou seu trabalho basicamente na paleontologia. Ele reconstruiu muitos animais pré-históricos e fez uma imensa investigação sobre os dentes dos mamíferos. Para Owen a matéria viva possuía uma energia organizadora, que direcionava o crescimento dos tecidos e determinava o período de vida do indivíduo e das espécies.

Quando lhe foram apresentados estudos de anatomia comparada, os quais indicavam que crustáceos haviam divergido de seus parentes, Owen atribuiu as semelhanças à "arquétipos" na mente Divina, assim demonstrou a evidência fóssil de uma sequência evolutiva de cavalos como apoio a sua ideia de desenvolvimento a partir de arquétipos.
 
A teoria de Darwin
Charles Robert Darwin (1809 - 1882), em 1831, foi convidado a participar como naturalista de uma volta de navio ao mundo promovida pela marinha inglesa. A viagem de Darwin, que durou cinco anos, aumentou os conhecimentos práticos do naturalista e serviu para fundamentar sua teoria da evolução.

Consciente das implicações de suas ideias sobre a tese da imutabilidade das espécies, a qual estava diretamente relacionada a preceitos religiosos, Darwin fez um estudo minucioso durante mais de vinte anos, para provar a transformação dos seres vivos. Em 1858, recebeu uma carta de Alfred Russel Wallace (1823-1913), um jovem naturalista na época, solicitando sua avaliação sobre o esboço de seu trabalho, o qual realizara nas ilhas do arquipélago Malaio.

Ao ler a carta Darwin ficou completamente surpreso e escreve a seu amigo Charles Lyell (1797-1875): "Ele (Wallace) não poderia ter feito melhor resumo do meu trabalho desenvolvido nestes últimos 22 anos..." Isso o encorajou a publicar suas ideias. Darwin estabeleceu uma origem comum a todas as espécies, revolucionando a concepção de humanidade e sua relação com as demais espécies do planeta. Foi muito criticado pelas igrejas cristãs e por vários cientistas da época, como já era o previsto.

O oponente mais sério de Darwin foi Richard Owen, pois o livro de Darwin - "A Origem das Espécies" - era uma rejeição implícita da classificação dos mamíferos feita por Owen. Em um debate anual realizado na Associação Britânica, em Oxford, sua obra causou uma grande controvérsia e uma discussão pública foi realizada.

O grande defensor de Darwin (já que este estava ausente), foi Thomas Henry Huxley (1894-1963), que se tornou seu maior advogado. Tempos depois, Huxley estabeleceu que a diferença entre o homem e os grandes símios era menor do que as diferenças entre eles e os primatas menores. Huxley teve papel importante no estabelecimento do ensino de ciências, pois colocou a necessidade de o aluno aplicar o método científico e verificar, sozinho, os conceitos ensinados.

Bioquimica da vida

Conheça as principais substâncias que compõem os seres vivos




Humanos, árvores, amebas, cobras, musgos. Você pode achar que esses, e tantos outros seres vivos, não têm nada em comum. Mas se suas formas e hábitos são tão diferentes, ao menos em sua constituição química eles são semelhantes.

Ao analisarmos os componentes das células de diversos seres vivos, veremos que existem algumas substâncias que estarão sempre presentes. São elas: água, minerais, carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.

A quantidade de cada um desses elementos varia de acordo com a espécie, a idade e o tecido analisado. No entanto, a água é o componente que está sempre presente em maior quantidade, chegando a representar até mais de 85% do peso de um organismo. Os minerais aparecem sempre em menor quantidade.

Água
A molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. As moléculas de água estabelecem ligações com suas vizinhas através de pontes de hidrogênio. Nas pontes de hidrogênio, os átomos de hidrogênio de uma molécula são atraídos pelo átomo de oxigênio de sua vizinha.

Entre as funções da água nos organismos, podemos citar seu papel como solvente, reagente, na regulação do equilíbrio térmico e como lubrificante. Quase todas as reações químicas ocorrem em solução. A água é capaz de dissolver muitas substâncias. Assim, possui papel importantíssimo na dissolução dos reagentes que participam das reações metabólicas dos organismos.

A água participa como reagente de muitas reações de síntese e de quebra (hidrólise) de substâncias. Através da dissipação do calor, a água impede que a temperatura dos organismos varie de maneira abrupta. Outro papel das moléculas da água é evitar o atrito entre partes, como ossos, cartilagens e órgãos internos, atuando como uma espécie de lubrificante.

Minerais
Embora os minerais sejam os elementos presentes em menor quantidade, sua presença é essencial ao metabolismo dos organismos. Os tipos de minerais e as suas concentrações variam de acordo com a espécie. Alguns minerais estão presentes em grandes quantidades e outros em baixíssimas concentrações.

Entre eles, podemos citar o cálcio, o magnésio, o ferro, o sódio e o potássio. O cálcio compõe ossos e dentes, ativa enzimas, atua nas células do sistema nervoso, entre outras funções. O magnésio atua no funcionamento de células do sistema nervoso humano e é o principal componente da molécula de clorofila, presente nas células vegetais.

Quanto ao ferro, atua na reação de fotossíntese nas espécies vegetais e é o componente fundamental da hemoglobina, o pigmento respiratório presente nos humanos. O sódio atua no balanço de substâncias entre o meio externo e o interior da célula; encontra-se sempre em maior concentração no meio extracelular. O potássio também atua no balanço de substâncias dentro e fora da célula, porém é encontrado sempre em maior quantidade no meio intracelular.

Carboidratos
Os carboidratos são moléculas formadas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. São classificados como monossacarídios, dissacarídios e polissacarídios.

Alguns exemplos de monossacarídeos são a ribose, a desoxirribose, a glicose, a galactose e a frutose. Os dissacarídios são formados pela união de dois monossacarídios, como a lactose (glicose + galactose) e a sacarose (glicose + frutose). Os polissacarídios são formados pela união de vários monossacarídios, como a celulose, o amido e o glicogênio.

A ribose e a desoxirribose são carboidratos com função estrutural, são componentes dos ácidos nucleicos. Já a celulose está presente nas células vegetais, formando a parede celular.

No entanto, a principal função dos carboidratos é a de reserva de energia para o metabolismo celular. O amido, por exemplo, é uma das principais reservas energéticas dos vegetais e de algumas espécies de algas. Em muitos animais, o glicogênio é armazenado e liberado quando o organismo necessita de energia.

Lipídios
Os lipídios são moléculas pouco solúveis em água, por isso, são chamadas de hidrofóbicas.

Os lipídios são parte integrante das membranas plasmáticas, atuam como reserva energética e são componentes essenciais de alguns hormônios. Dentre os lipídios, podemos citar, por exemplo, os glicerídios, os esteroides e as ceras.

Os glicerídios são os óleos e as gorduras. São formados por uma molécula de álcool de cadeia curta, chamado glicerol, e moléculas de ácidos graxos. Alguns glicerídios servem como reserva de energia para o metabolismo celular, tanto em animais quanto em vegetais. As gorduras também servem como um eficiente isolante térmico em muitos animais, dificultando a dissipação do calor do corpo para o ambiente.

Os esteroides são formados por uma série de anéis de carbono. Um exemplo de esteroide é o colesterol. O colesterol é uma das substâncias que formam a membrana plasmática dos animais. Além disso, ele participa da fabricação de diversos hormônios, como o estrógeno e a testosterona.

As ceras são lipídios formados por uma molécula de álcool de cadeia longa e ácidos graxos. Como os lipídios são insolúveis em água, as ceras são importantes na impermeabilização de superfícies, tais como a epiderme vegetal.

Proteínas
As proteínas são moléculas compostas por pequenas unidades chamadas de aminoácidos. Os aminoácidos são formados por um grupo carboxila ligado a um grupo amino. Os aminoácidos se unem através de ligações chamadas de ligações peptídicas e formam uma longa cadeia denominada polipeptídio.

As proteínas possuem três funções principais nos organismos: função estrutural ou plástica, catálise de reações químicas e defesa.

As proteínas são as unidades estruturais das células. Entre vários exemplos, a membrana plasmática é formada por proteínas; as fibras musculares são formadas por proteínas (actina e miosina); nossos cabelos, unhas e as garras de outros animais são constituídos por uma proteína chamada queratina; a hemoglobina presente em nosso sangue também é uma proteína.

As enzimas são proteínas que facilitam as reações químicas do metabolismo. Atuam, por exemplo, na digestão, na fotossíntese e na respiração. Alguns exemplos de enzimas são a amilase salivar, que inicia a digestão do amido na boca, e a pepsina, que quebra moléculas de proteína no estômago.

Os anticorpos, componentes do sistema imunológico, também são compostos por proteínas. São produzidos em resposta à entrada de substâncias estranhas no organismo, os antígenos.

Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos contêm o material genético dos organismos. Existem dois tipos de ácidos nucleicos, ácido desoxirribonucleico, ou DNA, e o ácido ribonucleico, ou RNA. Eles são constituídos por pequenas unidades chamadas de nucleotídeos. Os nucleotídeos são formados por um grupo fosfato, um carboidrato (desoxirribose no DNA e ribose no RNA) e uma base nitrogenada.

Existem cinco tipos diferentes de bases nitrogenadas: adenina (A), timina (T), guanina (G), citosina (C), e uracila (U). As quatro primeiras são encontradas no DNA. Já no RNA, a timina é substituída pela uracila.

Os ácidos nucleicos possuem as informações necessárias para a síntese de proteínas e transmitem as informações genéticas de uma célula para outra - ou entre a geração parental e sua prole.

Bacterias: Estrutura, modo de vida e classificação

Os seres vivos procarióticos, que fazem parte do Reino Monera, são aqueles cujas células não apresentam carioteca, membrana que, nas células da maioria dos seres vivos, separa o material genético do restante do citoplasma.

Entre os procarióticos, encontramos as bactérias, bastante conhecidas por nos causarem doenças, mas que apresentam também muitas utilidades para o ser humano.

As bactérias são organismos unicelulares que, em geral, medem de 0,2 a 1,5 µm e podem viver isoladamente ou formando agrupamentos, habitando os mais diversos ambientes - da água do mar ao lodo de lagos, do solo ao interior dos seres vivos.

A célula bacteriana é composta por membrana celular e citoplasma, onde, além do cromossomo bacteriano, são encontrados ribossomos e alguns plasmídios, fragmentos de cromossomos com genes que podem determinar maior resistência a fatores externos como antibióticos, por exemplo.

O cromossomo bacteriano, circular, encontra-se numa região da célula à qual se dá o nome de nucleóide. A membrana celular, por sua vez, pode ser revestida pela parede celular, uma estrutura rígida que, em geral, é composta por peptidioglicanos e que confere à bactéria proteção contra fatores externos e determina sua forma.

A parede celular pode, ainda, estar revestida por uma cápsula gelatinosa, constituída de polissacarídeos e/ou proteínas; e algumas bactérias apresentam filamentos protéicos longos (flagelos) ou curtos (cerdas ou fímbrias






Reprodução
As bactérias apresentam reprodução assexuada por bipartição. No entanto, é possível encontrarmos formas de recombinação genética entre as bactérias.

Uma dessas formas é a conjugação, em que uma bactéria doadora de DNA transfere, através de uma estrutura chamada pili, um plasmídio para a bactéria receptora, que pode incorporá-lo ao seu cromossomo, o que produz uma mistura genética.

Num outro processo, chamado transformação, as bactérias absorvem, diretamente do meio em que se encontram, fragmentos de DNA provenientes, por exemplo, de bactérias mortas e decompostas.

Por fim, os vírus bacteriófagos, ao se formarem no interior de bactérias infectadas, podem incorporar DNA bacteriano, transferindo-o ao infectar outra bactéria, num processo chamado de transdução.

Alimento
Se considerarmos a forma de obtenção de alimento, podemos classificar as bactérias em autotróficas e heterotróficas. Entre as autotróficas, existem as fotossintetizantes (ou fotoautotróficas) e as quimiossintetizantes (ou quimiautotróficas).

As primeiras são aquelas que utilizam a luz como fonte de energia para a síntese de compostos orgânicos. Algumas dessas bactérias, como as proclorófitas e as cianobactérias, realizam fotossíntese semelhante à das plantas e algas. Já as sulfobactérias realizam um tipo de fotossíntese em que o gás carbônico reage com o gás sulfídrico ao invés da água, produzindo enxofre elementar e não gás oxigênio.

Já para as bactérias quimiossintetizantes, a fonte de energia para a produção de seu alimento não é a luz solar. Elas utilizam a energia liberada em reações de oxidação de compostos inorgânicos. As bactérias dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter, que vivem no solo e são bastante conhecidas por sua participação no ciclo do nitrogênio, por exemplo, obtêm energia pela oxidação de amônia e de nitrito respectivamente.

Entre as bactérias heterotróficas, encontram-se as saprofágicas e as parasitas. As primeiras obtêm alimento a partir de cadáveres e restos de seres vivos, enquanto as parasitas encontram esse alimento em tecidos de seres vivos, muitas vezes causando-lhes doenças.

Degradação de moléculas
Segundo a forma como degradam as moléculas orgânicas para a liberação de energia, as bactérias podem ser respiradoras ou fermentadoras.

Entre as bactérias respiradoras há as que realizam a respiração celular aeróbica, onde o gás oxigênio é o aceptor final de íons hidrogênio, e as que realizam a respiração celular anaeróbica, onde o gás oxigênio é substituído por outras moléculas, que funcionam como aceptores finais de hidrogênio, tais como nitratos ou sulfatos.

Na ausência de oxigênio, no entanto, outras bactérias, como Lactobacillus, Streptococcus, Escherichia, etc., realizam processos de fermentação láctica ou alcoólica.

Formas de classificar as bactérias
Podemos classificar as bactérias em três grandes grupos: as Gram-positivas, as Gram-negativas e os Micoplasmas. Essa classificação tem como critério a diferença na coloração das bactérias, obtida a partir do método de Gram, desenvolvido por Hans Christian Joachin Gram (microbiologista dinamarquês), em 1884.

Esse método utiliza dois corantes, um violeta e um rosa. Bactérias cuja parede celular é espessa retêm ambos os corantes e, ao microscópio, apresentam a coloração violeta, sendo chamadas de Gram-positivas, como, por exemplo, os Lactobacilos, as Baciláceas, os Actinomicetos, etc.

Já as bactérias que apresentam uma parede celular mais fina retêm apenas o corante rosa e apresentam essa coloração ao microscópio. São as Gram-negativas, como as Pseudomonadáceas, as Enterobactérias, etc.

Os micoplasmas são bactérias que não apresentam parede celular e são muito pequenas (entre 0,1 e 0,25 µm). Há espécies de vida livre, mas muitas são parasitas causadoras de doenças, como o Mycoplasma pneumoniae e o Mycoplasma genitalium, que causam, em seres humanos, uma forma de pneumonia e uretrite, respectivamente.

Este tipo de classificação apresenta vantagens do ponto de vista médico, já que bactérias Gram-positivas são mais sensíveis à ação da penicilina, enquanto as Gram-negativas, além de serem resistentes à penicilina, possuem componentes em sua parede celular que são tóxicos ao nosso organismo.

No entanto, as classificações mais modernas levam em consideração critérios evolutivos, estabelecendo relações de parentesco a partir da similaridade entre as sequências de DNA das diferentes espécies.

Até recentemente, considerava-se a divisão dos seres procarióticos em dois grupos: as arqueobactérias e as eubactérias. Entretanto, muitos cientistas têm argumentado que as diferenças genéticas entre as arqueobactérias e as eubactérias são muito grandes, e passaram a propor a divisão do Reino Monera em dois sub-reinos: as Arqueas e as Bactérias.

As arqueas diferem das bactérias por não possuírem peptidioglicanos na parede celular e são geneticamente mais próximas dos eucarióticos, os organismos que apresentam carioteca em suas células.

Nesse sub-reino encontram-se as halófitas, que habitam águas com alta concentração de sal, as termoacidófilas, que suportam altas temperaturas e grande acidez, vivendo, por exemplo, em fendas vulcânicas ou fontes termais ácidas, e as metanogênicas, que produzem metano e podem ser encontradas em pântanos e no tubo digestório de cupins e de animais herbívoros.


by mr f.b

Asma: Conheça essa doença

Existem diversas doenças que afetam o nosso sistema respiratório. Suas origens são tão diversas quanto os seus sintomas e o seu grau de severidade. Há doenças causadas por vírus, como a gripe e a pneumonia; por bactérias, como é o caso da tuberculose; pela exposição a agentes alergênicos, como alguns tipos de rinite; além daquelas de origem genética ou que surgem devido a fatores ambientais aliados a hábitos de vida, como o câncer de laringe e de pulmão. Dentre essas afecções, também se encontra a asma.

Doença crônica
A asma, também conhecida como bronquite asmática, é uma doença crônica que atinge cerca de 150 milhões de pessoas no mundo. Caracteriza-se pela inflamação das vias respiratórias. Chamamos de "doença crônica" as patologias que se manifestam de forma recorrente ao longo de um período superior a três meses, ou, muitas vezes, por toda a vida do indivíduo.

O processo inflamatório pode ter início por diversos motivos. Em muitos casos, a exposição a elementos potencialmente alergênicos - como pó, ácaros e pólen - dispara essa resposta do sistema imunológico. Em outros, fatores irritantes das vias respiratórias - como poluição, fumaça de cigarro e cheiros fortes - são os responsáveis.

Outros motivos que disparam esse mecanismo: fatores emocionais - como estresse e ansiedade -, características climáticas - como frio ou tempo muito seco -, e, até mesmo, a prática de esportes ou a realização de um esforço físico mais intenso.

Porém, ainda não se sabe o porquê dos indivíduos asmáticos apresentarem essa reação. Suspeita-se que a doença possa ser hereditária, mas ainda não existem dados que comprovem tal teoria.

A inflamação ocorre principalmente nos brônquios (bifurcação da traquéia) e bronquíolos (ramificações dos brônquios), tubos que conduzem o ar da traquéia até os alvéolos, ou destes para a traquéia. Com a inflamação, ocorre a produção de uma grande quantidade de muco. Esse muco passa a recobrir as paredes dos brônquios e bronquíolos, provocando a constrição destas estruturas (bronquioconstrição), ou seja, uma diminuição do seu calibre.




Além disso, o processo inflamatório também desencadeia espasmos na musculatura lisa presente na parede dos bronquíolos, contribuindo para a sua constrição. Por sua vez, a constrição das paredes obstrui a passagem do ar, dificultando a respiração.

Sintomas
Os principais sintomas da asma são: dificuldade para respirar, tanto na inalação quanto na exalação; falta de ar; e produção de chiado durante a respiração, sendo esta a característica que deu origem ao nome da doença, pois, em grego, a palavra "asthma" significa respiração difícil ou sufocação.

A intensidade destes sintomas varia entre os indivíduos asmáticos, que podem apresentá-los de forma constante ou apenas durante crises da doença. De acordo com a freqüência e a intensidade das crises, a asma pode ser classificada em quatro categorias:

Asma intermitente: quando as crises são curtas e ocorrem menos de quatro vezes ao mês.
Asma persistente leve: quando as crises são curtas, mas ocorrem mais de quatro vezes ao mês.
Asma persistente moderada: as crises podem ser curtas ou longas, porém ocorrem diariamente.
Asma persistente grave: crises longas e diárias.

Tratamento
O tratamento da asma envolve o uso de medicamentos e a adoção de alguns cuidados e hábitos de vida. Entre os medicamentos, os mais utilizados são aqueles que contêm substâncias broncodilatadoras e antiinflamatórias. Os broncodilatadores dilatam os brônquios e bronquíolos, facilitando a passagem do ar; já os antiinflamatórios combatem o processo de inflamação, levando à diminuição do inchaço e do muco nas paredes do sistema respiratório. Geralmente, é uma mistura dessas substâncias que está presente nas famosas "bombinhas" de inalação, utilizadas pelos portadores da doença.

A adoção de alguns hábitos também é muito importante para a prevenção das crises. Entre eles, podemos citar o cuidado de evitar manter contato com os agentes que provocam as crises, como pó, fumaça de cigarro, ácaros, entre outros.

Umas das medidas que deve ser adotada é a limpeza diária do quarto e da cama do asmático, para reduzir a quantidade de pó e ácaros no ambiente. Sabe-se que, em média, cada grama de poeira possui cerca de 1.000 ácaros - e que um colchão pode ter de 10.000 até milhões desses organismos. Por isso, é necessário limpar diariamente o quarto com aspirador de pó e cobrir o colchão com uma capa removível, que deve ser lavada semanalmente em água quente, assim como os lençóis e cobertores. Estas medidas são simples e essenciais para a prevenção de crises asmáticas.

A asma é uma doença para a qual não há cura. Porém, com os medicamentos atuais e a adoção de medidas de prevenção, os asmáticos podem controlar e reduzir as crises, levando uma vida normal.

By Mr. Adonai

A aranha e sua teia podem ajudar o homem

Frequentemente, as aranhas são associadas aos filmes de suspense ou terror, habitando os castelos e as mansões mal-assombradas, nas quais espalham sua teia por toda parte. Entre as que os filmes B nos mostram como mais assustadoras, encontra-se a caranguejeira, devido a seu grande porte, à quantidade de pêlos espalhados pelo corpo e sua aparência agressiva.

No entanto, as cerca de 300 espécies de caranguejeira existentes no Brasil são praticamente inofensivas. O contato com elas causa no máximo irritação na pele, devido à substância urticante que se encontram em seus pêlos. Somente duas espécies de caranguejeiras (Atrax e Hadronyche) são verdadeiramente perigosas para o homem, mas elas se encontram na Oceania.

Existem cerca de 35 mil espécies de aranhas, dentre as quais há as que são peçonhentas ou venenosas, as que fazem teias, as que atacam e as que liberam seus pêlos para se defenderem. A grande maioria delas não causa grandes problemas ao ser humano. Quando muito, uma irritação no local do ataque.

Três espécies de aranhas perigosas
No Brasil temos três espécies de aranhas perigosas: a viúva negra (Latrodectus sp), da família Theridiidae; a aranha armadeira (Phoneutria sp) da família Ctenidae; e a aranha marrom (Loxosceles sp), da família Sicariidae.




A picada da viúva negra tem ação neurotóxica e provoca dor, sudorese, agitação psicomotora, câimbras, dores abdominais, taquicardia e hipertensão arterial. A mordida da ocasiona dor imediata no local, suor e vômitos. Já o veneno da aarmadeiraranha marrom, embora não provoque efeitos em ratos ou outros animais de laboratório, pode ser mortal para uma criança ou um adulto debilitado.

Colaboração ecológica das aranhas
Mas as aranhas não são apenas nocivas. Por serem carnívoras, alimentam-se, principalmente, de baratas, grilos e outros insetos. Com isso, controlam a população desses seres, impedindo que a sua proliferação prejudique o meio ambiente.

Há alguns anos, as aranhas têm sido amplamente estudadas e o motivo básico dessas pesquisas é a sua teia. O fio da teia de aranha é muito resistente e ao mesmo tempo flexível. Portanto, poderia ser utilizado, por exemplo, para a confecção de coletes a prova de balas e na fabricação de pára-choques, sem falar nas possíveis utilizações farmacêuticas.

A dificuldade é como obter um grande quantidade desse fio para utilizá-lo em larga escala. Recentemente, pesquisadores de uma empresa canadense criaram uma cabra capaz de produzir em seu leite a proteína responsável pela formação da teia de aranha. Isso talvez resolva a falta de matéria-prima para a fabricação dos produtos. Também é possível obter resultados semelhantes por meio do algodão transgênico, bem como do gado leiteiro.

Utilidade da teia de aranha
Outra possibilidade de utilização da teia de aranha é na criação de tendões, ligamentos e membros artificiais, devido à sua elasticidade e resistência, além do fato de que não houve nenhum indício de rejeição.

Com tudo isso, a utilidade das aranhas já é incontestável. Então, devemos ter cuidado na preservação destes animais na natureza. Além do mais, vale a pena lembrar que podemos admirá-los (em alguns casos, de longe). As aranhas são curiosas e belas quanto à formação de seu corpo (cefalotórax e abdome), número de patas, cores, curiosidades, habitat...

By Mr. Adonai

Aids

Médico esclarece questões sobre o HIV



Ainda sem perspectiva de cura, a Aids é uma das doenças que mais assusta o mundo. Não há nem remédio para a eliminação do vírus HIV nem vacina que torne as pessoas resistentes a ele.
Por outro lado, a prevenção é relativamente simples. O médico e escritor Ayrton Marcondes, autor de "Biologia e Cidadania" (Editora Escala), fala sobre doença, prevenção e outras dúvidas freqüentes sobre a doença.

O que significa a sigla Aids?
Aids quer dizer Acquired Immune-Deficiency Syndrome, expressão inglesa que pode ser traduzida por síndrome da imunodeficiência adquirida. Síndrome é conjunto de sinais e sintomas que constituem o quadro geral de uma doença. Imunodeficiência é a incapacidade de organismo de se defender de agentes infecciosos. Adquirida quer dizer que a AIDS pode ser contraída por contato com uma pessoa contaminada.

A Aids é recente? Há mais homens que mulheres infectados?
Sim, a doença era desconhecida até algumas décadas atrás. A Aids espalhou-se pelo mundo a partir do início dos anos 1980. No Brasil, após período inicial com número crescente de casos, a epidemia vem mostrando, desde 2002, tendência à estabilização. Há poucos anos o número de homens doentes era muito maior que o de mulheres com a doença. Dados de 2006 mostram aproximação do número de casos da doença entre os dois sexos.

Qual a diferença entre Aids e HIV?
Aids é a doença, e HIV é o vírus que a causa. A sigla quer dizer Human Immunodeficiency Vírus, ou, em português, vírus da imunodeficiência humana.
Como esse vírus age no organismo?
O alvo do HIV são os linfócitos T auxiliadores, que fazem parte do sistema imunológico - como se fossem soldados de defesa contra doenças. O HIV consegue invadir esses linfócitos e transforma o DNA desses "soldados" em DNA viral. Cada vez que essa célula se dividir o vírus se duplicará juntamente com o DNA viral.

E quais os sintomas da Aids?
Inicialmente, febre, perda de peso e aparecimento de gânglios inchados (ínguas); dores nas articulações, músculos e garganta; mal-estar geral e aparecimento de manchas vermelhas no corpo. Em alguns pacientes verificam-se ainda manifestações como dor de cabeça, alterações visuais e raramente, convulsões. Esses sintomas regridem espontaneamente, mas o vírus da AIDS persiste dentro de linfócitos e macrófagos, no sistema nervoso e em outras células do organismo. Destes tecidos o HIV passa lentamente para outras células.

E então?
Após algum tempo de infecção, a resistência do organismo começa a ser vencida. Surgem então sinais e sintomas relacionados ao vírus da Aids como febre diária, perda de peso, fadiga, suores noturnos e aumento persistente dos gânglios linfáticos. Em conseqüência da instalação do vírus no cérebro, podem surgir distúrbios de memória, alterações da fala e tremores.

Quanto tempo demora para a doença se manifestar?
Muitas vezes, a pessoa está infectada, mas o vírus está inativo. Tal situação prevalece até que, provavelmente numa ocasião de sobrecarga do organismo (doenças, cirurgia, gravidez), o HIV começa a se replicar.

O que são as "doenças oportunistas"?
Como o HIV destrói a capacidade defesa do organismo, algumas doenças "aproveitam" que o corpo está mais fraco e se instalam - por isso chamamos de "oportunistas". É o caso da Candida albicans, fungo causador da candidíase, ou "sapinho", comum em recém-nascidos e pessoas idosas ou debilitadas. Nos portadores de AIDS, o "sapinho" se caracteriza pelo aparecimento de extensas placas de aspecto esbranquiçado na língua e na cavidade oral e que às vezes chegam à faringe e ao esôfago. A Candida albicans pode também ser responsável por corrimentos vaginais, infecção da mucosa do pênis e das vias urinárias. Também é comum o aparecimento de herpes simples, uma virose que se manifesta pelo aparecimento de vesículas dolorosas nos lábios, região genital, ao redor do ânus e, raramente, espalhadas pelo corpo. Embora a infecção pelo vírus do herpes possa ocorrer em qualquer pessoa, em quem está infectado pelo vírus da Aids ela se manifesta com características mais dolorosas e persistentes.

Por que a Aids é tão temida?
Porque essas doenças oportunistas são umas das que podem atingir o doente. O quadro pode evoluir para freqüentes pneumonias, tuberculose, infecções por bactérias e fungos. A Aids também se relaciona com cânceres, como os linfomas, a doença de Hodgkin e o sarcoma de Kaposi. Este último é um tipo raro de tumor de vasos sangüíneos que se manifesta na pele onde surgem formações roxas ou avermelhadas. Pode também surgir nos gânglios, na boca, no estômago e no intestino.

Qual é o tratamento da doença?
O tratamento é feito com drogas que agem em etapas diferentes do ciclo do HIV. Mais recentemente têm sido testados inibidores da enzima que incorpora o vírus ao DNA das células humanas.

Como acontece a transmissão da Aids?
Principalmente por contato sexual, pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos; pelo uso comum de agulhas e seringas; e de mãe portadora do HIV para o feto através da placenta ou, após o nascimento, pela amamentação.

Você pode explicar melhor a transmissão sexual?
O HIV espalha-se por via sanguínea e concentra-se nas secreções do corpo, principalmente no esperma e nos líquidos vaginais. Para que haja transmissão é necessário que um indivíduo contaminado passe o vírus da AIDS diretamente a outro indivíduo sadio. Por isso, a transmissão não acontece por contato social com pessoas infectadas pelo HIV.

Existe prevenção contra a Aids?

Além do uso de preservativos nas relações sexuais, outros meios são fundamentais na prevenção da AIDS: uso de seringas descartáveis e materiais cirúrgicos esterilizados; evitar amamentação por parte de mães infectadas pelo HIV; controle de doadores de sangue e de bancos de órgãos para transplantes; evitar contato com ferimentos de pessoas doentes pois seu sangue contém o HIV.

By Mr. Adonai

O apêndice humano

O apendice humano tem sim uma função

Se você pensa que o apêndice não serve para nada e só causa problemas - já que pode inflamar e acabar mandando você para um centro cirúrgico -, é melhor começar a mudar de idéia. Em setembro de 2007, um grupo de cirurgiões e imunologistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, publicou um trabalho que mostra o contrário: o apêndice tem uma função, sim: ele promove o crescimento populacional de bactérias benéficas para o nosso organismo e facilita o repovoamento dessas bactérias no cólon.

O apêndice humano:
O apêndice faz parte do sistema digestivo e está localizado logo no início do intestino grosso, conectado ao ceco (um divertículo natural com que se inicia o intestino grosso, e onde se abrem o íleo, o cólon e o apêndice). O apêndice é uma estrutura tubular fechada na extremidade posterior e mede cerca de 5 a 10 cm de comprimento e 0,5 a 1 cm de largura. Na maioria das pessoas, o apêndice encontra-se no quadrante inferior direito do abdome.

Teorias que explicam a função do apêndice humano:
Apesar das evidências contrárias, baseadas em estudos de anatomia comparada em primatas, o apêndice foi considerado por muito tempo como uma estrutura vestigial, isto é, uma estrutura que, ao longo da evolução, perdeu sua função original.

Hoje em dia existem algumas teorias que explicam a função do apêndice humano. Uma delas argumenta que o apêndice humano auxilia o sistema imunológico. Ao examinarem microscopicamente o apêndice, os pesquisadores encontraram uma quantidade significativa de tecido linfóide, um tecido que apresenta uma quantidade abundante de linfócitos - tipo de glóbulo branco responsável por defender o corpo contra microorganismos. O tecido linfóide está presente também em outras áreas do sistema digestivo. A função desse tecido ainda não é muito precisa, mas está claro que ele reconhece substâncias estranhas presentes nos alimentos ingeridos.

Em setembro de 2007, o grupo liderado pelo Dr. William Parker, da Universidade de Duke, nos EUA, publicou uma nova teoria. Segundo o dr. Parker e seus colaboradores, o apêndice funciona como um "lugar seguro" para bactérias que auxiliam na digestão. De acordo com os pesquisadores, as bactérias vivem no apêndice sem serem perturbadas, até que sejam necessárias nos locais onde ocorrem os processos de digestão. De acordo com o dr. Parker, a forma do apêndice é perfeita para armazenar as bactérias benéficas. Ele possui um fundo cego e uma abertura estreita, impedindo assim o influxo dos conteúdos intestinais.

O sistema digestivo é povoado por diferentes microorganismos que auxiliam na digestão dos alimentos. Em troca, os micróbios recebem nutrição e um lugar seguro para viver. O dr. Parker acredita que as células do sistema imunológico encontradas no apêndice estão lá para proteger, e não para atacar, as bactérias benéficas.

O papel do apêndice no repovoamento da flora intestinal:
Doenças como disenteria ou cólera contaminam o intestino. A única saída é se livrar dos micróbios maus. É aí que a diarréia ocorre. Em casos de diarréia severa, não só os micróbios maus são perdidos, mas tudo o que se encontra no interior do intestino, inclusive o que é conhecido como biofilme (uma camada fina e delicada, constituída de micróbios, muco e moléculas do sistema imunológico).

Quando ocorre perda do conteúdo intestinal, as bactérias benéficas escondidas no apêndice emergem e repovoam a camada de biofilme do intestino, antes que bactérias maléficas se instalem.

Segundo o dr. Parker, pessoas que, porventura, tiveram seu apêndice extraído e vivem em locais onde as incidências de doenças como cólera e disenteria são altas, têm menos chances de sobreviver, pois não têm mais um lugar seguro para armazenar as bactérias benéficas.

Deve-se evitar a retirada do apêndice?
Apesar da importante função proposta pela equipe de cientistas da Universidade de Duke, não se deve esquecer que o apêndice tem o seu lado vilão. Ao sofrer inflamação, ele pode levar à obstrução dos intestinos, causando a apendicite aguda, que pode levar à morte.

Portanto, nesse caso, ele deve, sim, ser retirado. Mas não se preocupe, pois as infecções severas, por cólera ou disenteria, são raras em nações ou regiões industrializadas. As pessoas que habitam esses locais podem viver normalmente sem o apêndice.

By Mr. Adonai

O Ciclo da água

O ciclo da água (conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico) refere-se à troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do solo, águas superficiais, subterrâneas e das plantas.
A água se move perpetuamente através de cada uma destas regiões no ciclo da água constituindo os seguintes processos de transferência:
  • Evaporação dos oceanos e outros corpos d'água no ar e transpiração das plantas terrestres e animais para o ar.
  • Precipitação, pela condensação do vapor de água do ar e caindo para a terra ou no mar.
  • Escoamento da terra geralmente atingem o mar.
A maior parte do vapor de água sobre os oceanos retorna aos oceanos, mas os ventos transportam o vapor de água para a terra com a mesma taxa de escoamento para o mar, a cerca de 36 Tt por ano. Sobre a terra, evaporação e transpiração contribuem com outros 71 Tt de água por ano. A chuva, com uma taxa de 107 Tt por ano sobre a terra, tem várias formas: mais comumente chuva, neve e granizo, com alguma contribuição em nevoeiros e orvalho. A água condensada no ar também podem refratar a luz solar para produzir um arco-íris.
O escoamento das águas, muitas vezes recolhe mais de bacias hidrográficas que correm para os rios. Um modelo matemático utilizado para simular o fluxo do rio ou córrego e calcular os parâmetros de qualidade da água é o modelo de transporte hidrológico. Parte da água é desviada na irrigação e para a agricultura. Rios e mares são importantes para viagens e para o comércio. Através da erosão, o escoamento molda o ambiente criando vales e deltas fluviais que fornecem um solo rico para o estabelecimento de centros de população.
Uma inundação ocorre quando uma área de terra, geralmente de baixa altitude, é coberta com água. É quando um rio transborda dos seus bancos ou por uma inundação do mar.
A seca é um período de meses ou anos, quando uma região regista uma deficiência no seu abastecimento de água. Isto ocorre quando uma região recebe, sistematicamente, níveis abaixo da precipitação média.

Representação do ciclo da água (ou ciclo hidrológico)
By Leandro Dk

Relações Ecológicas

Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos, sendo algumas benéficas e outras prejudiciais para cada um dos envolvidos.

Essas relações são classificadas como positivas, quando há ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas, quando há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos.

Quando ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, as relações são denominadas intra-específicas e, quando são de espécies diferentes chamamos de interespecífica. Vamos observar mais detalhadamente essas relações, começando com os casos de relação intra-específica.

Colônia e sociedade
Os recifes de corais são formados por vários indivíduos unidos que, normalmente, trabalham em conjunto. Essa relação é denominada colônia. A união de diversos seres vivos da mesma espécie também ocorre de uma outra maneira, quando seus integrantes são extremamente organizados e desempenham funções diferenciadas, e não estão apenas unidos como é o caso das colônias. Chamamos de sociedade a essa relação e ela ocorre, por exemplo, entre abelhas, formigas e cupins.

Em uma colméia, a organização é perfeita, pois existe a rainha, responsável pela reprodução, o zangão, cuja função é fecundar a rainha, e as operárias que são estéreis e desempenham as mais variadas funções, como por exemplo, proteger e limpar a colméia, coletar o mel, fabricar os favos, etc.

Relações interespecíficas
Podemos destacar sete tipos de relações entre seres vivos de espécies diferentes:

1) A protocooperação em que os dois seres envolvidos cooperam um com o outro. Um exemplo disso é o que ocorre pássaro-palito e o jacaré. Trata-se de um tipo de pássaro que retira os resíduos de carne existentes entre os dentes do jacaré. Com isso, o jacaré ganha uma limpeza bucal e o pássaro recebe seu pagamento forma de comida. Nessa situação, os dois se ajudam, mas não dependem disto para garantirem sua sobrevivência, como é o caso que vem a seguir.

2) O mutualismo é uma associação imprescindível, pois ela garante que os dois animais envolvidos sejam beneficiados e sobrevivam. Um exemplo de mutualismo é o líquen em que acontece a associação de uma alga com um fungo: a alga produz alimento através do processo fotossintético que o fungo utiliza; este, por sua vez, absorve muita umidade e matéria orgânica que a alga aproveita.

Outra situação de mutualismo ocorre entre os ruminantes (o boi, por exemplo) e as bactérias em seu estômago. Os bovinos são herbívoros, mas, apesar disso, não produzem uma enzima denominada celulase, necessária para quebrar a celulose das folhas., Esse trabalho, então, é realizado pelas bactérias que, em troca, ganham alimentação e moradia.

3) Já no inquilinismo, nenhum dos seres vivos envolvidos retira nada do outro. O exemplo clássico é o das plantas epífitas (orquídeas e bromélias) que aderem aos troncos das árvores. Isso garante que consigam maior luminosidade e, portanto, tenham condições de realizar a fotossíntese para produzir seu alimento. Para as árvores, a presença dessas plantas é inofensiva.

4) O comensalismo é o ato de compartilhar do mesmo alimento. Ocorre, por exemplo, entre as hienas e os leões. Estes caçam sua presa e devoram parte dela até sentirem saciados. As hienas ficam a espreita da saciedade dos leões e então se alimentam do que sobrou. Nessa relação, as hienas se aproveitam do "trabalho" (a caça) dos leões , mas não os prejudicam.

5) Ao contrário, o parasitismo é uma relação onde um tira proveito do outro, prejudicando-o. Um exemplo, em nosso próprio organismo, são os piolhos e carrapatos. São chamados de ectoparasitas, pois se instalam do lado de fora do corpo. Mas há também os endoparasitas, que se instalam dentro do corpo, como os vermes que ficam em nosso intestino. Eles retiram grande parte dos nutrientes que consumimos, podendo nos causar anemia.

6) A herbivoria ou herbivorismo refere-se à alimentação dos vertebrados que se alimentam de plantas, conseqüentemente, predando-as. (No caso do homem, dá-se ao fenômeno o nome de vegetarianismo e, no caso dos insetos, de fitofagia.)

7) Finalmente, no predatismo, a relação é entre a presa (que servirá de alimento) e o predador (que caçará a presa). São muitos os exemplos que poderiam ser apresentados. Um deles é o que ocorre entre os leões e as zebras. O predatismo é de grande valia para o ambiente, pois ajuda a controlar a população de determinados animais.

Competição
Há ainda a competição entre os seres vivos, tanto intra-específica como interespecífica. Na intra-específica, os animais de uma mesma espécie disputam alimento, território, água, fêmeas, etc. A competição interespecífica ocorre normalmente por alimento e território.

Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico. Naturalmente, isso ocorre dessa maneira essencialmente onde não há a interferência humana.

By Leandro Dk