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Borboletas e mariposas

Características e diferenças entre as duas





Imagine graciosas mariposas a voar em volta de imensos dinossauros - isso aconteceu de verdade. Os fósseis comprovam que as mariposas viveram há cerca de 140 milhões de anos, enquanto as borboletas surgiram há 40 milhões de anos - como comprova o fóssil de uma borboleta ninfalídea Prodryas persephone, encontrada no lago Florissant no Colorado, Estados Unidos.

O ciclo vital das mariposas e borboletas é composto de quatro estágios, que são o ovo, lagarta, pupa e o adulto. Seu tempo de vida varia muito conforme a espécie, bem como o número de mudas que elas realizam (as mudas são as transformações de um estágio de desenvolvimento para o outro).

A existência de uma mariposa ou borboleta pode durar poucas semanas, como no caso das mariposas piralídeas (que geralmente habitam celeiros), alguns meses e até um ano. Entretanto, a maior parte da vida das mariposas e borboletas se dá longe do olhar humano - algumas espécies passam quase toda a sua existência entre as superfícies superior e inferior de uma única folha, e só a forma adulta se mostra para o mundo exterior.

Diferenças entre borboletas e mariposas
Tanto borboletas quanto mariposas são insetos que pertencem à ordem dos lepidópteros (do grego "lépido" = escama, e "ptero" = asa). Essa ordem divide-se em 127 grupos menores, chamados de famílias (e cada uma delas possui um nome próprio), que abrangem cerca de 180 mil espécies conhecidas. Atualmente 57 espécies de borboletas brasileiras estão ameaçadas de extinção por causa da degradação de seu meio ambiente e também por serem utilizadas em artesanato.

A divisão dos lepidópteros em borboletas e mariposas baseia-se algumas características observáveis, tanto em relação ao comportamento como quanto à forma de seus corpos (ou morfologia). A maioria das borboletas, por exemplo, são ativas durante o dia (hábito diurno), enquanto a maior parte das mariposas prefere a noite (têm hábito noturno).

Outra diferença entre essas duas lepidópteras é a posição das asas em relação ao corpo - as borboletas deixam suas asas elevadas, enquanto as mariposas mantêm suas asas sempre abertas. As antenas são uma boa forma de se identificar o lepidóptero observado. As mariposas possuem antenas parecidas com penas (elas têm cerdas sensoriais que servem para captar feromônios do sexo oposto), enquanto as borboletas possuem antenas fininhas com a ponta dilatada.

Mariposas perigosas
Muita gente pensa que as mariposas apresentam apenas cores opacas e até usam isso para identificá-las. Mas pode acreditar, algumas mariposas são tão coloridas quanto as borboletas e até são confundidas elas (por exemplo a uranídea jamaicana, que é uma belíssima mariposa amarela) - só se nota a diferença por causa das antenas e disposição das asas.

As mariposas de colorações mais vibrantes habitam regiões tropicais, e muitas delas podem ser venenosas, como é o caso da Campylotes kotzchi, nativa da Índia. Essa espécie se alimenta de folhas tóxicas e absorvem um pouco do veneno - é assim que ela escapa do cardápio dos pássaros. No Brasil, as mariposas do gênero Hylesia são as principais responsáveis por acidentes com as pessoas.

Essas mariposas provocam surtos epidêmicos em áreas rurais, durante os meses quentes e chuvosos. Nesse período, as mariposas são atraídas pela luz dos domicílios e, ao se debaterem, liberam cerdas no ar que podem entrar em contato com a pele dos moradores, e causam irritações dermatológicas.

Algumas borboletas tropicais possuem escamas venenosas em suas asas para escapar de predadores, como pássaros e lagartos. Então, como vivemos em um país tropical, é melhor evitar tocar nesses lindos insetos.

A mesma atitude deve ser tomada em relação às lagartas. Se você avistar uma lagarta colorida ou com pelinhos recobrindo o corpo, não toque pois são venenosas e podem causar queimaduras - os piores casos estão relacionados ao gênero Lonomia, segundo o Instituto Vital Brazil. Em caso de contato com essas lagartas, recomenda-se lavar a região afetada com água fria e abundante.

O bicho-da-seda
A maior parte das lagartas de mariposas produz seda, mas a de melhor qualidade é feita por espécies de mariposas das famílias das saturnídeas e das bombicídeas - em especial as lagartas da espécie Bombyx mori. Segundo os chineses, a seda foi descoberta em 2700 a.C e o método empregado em sua produção foi guardado à sete chaves durante séculos.

Até hoje, o método de produção praticamente não se alterou -os insetos são mortos dentro do casulo em água fervente (antes de eclodir e quebrar o fio) e em seguida, retira-se a seda de vários casulos e essa é fiada e enrolada.

Mas a pior parte do trabalho é realizado pelo inseto. Primeiro, a larva (ou lagarta) encontra um lugar adequado, cercado de folhas para produzir seu casulo. Então, o bicho-da-seda começa a prender, fio por fio, de um lado para o outro. A trama de fios fica tão densa, após certo tempo, que nem ao menos parasitas minúsculos conseguem entrar no emaranhado sedoso. Então, a lagarta "protegida" começa a formar seu casulo para se tornar uma mariposa. E é aí que a ação humana na produção da seda entra.

As espécies de lepidópteros tropicais são em sua maioria as mais bonitas que existem. Podemos desfrutar de suas belezas únicas sem tocá-las, bem como admirar as flores que elas polinizam e pássaros para os quais elas servem de alimento. Além disso, é exatamente uma de suas espécies que nos fornece a seda.

Barata Conheça as características desse inseto resistente








As baratas estão entre os bichos que mais causam repulsa no ser humano. A maioria sente asco só de imaginar uma barata. Isso acontece porque as espécies que convivem com as pessoas nas cidades transitam pelos esgotos e são vetores de doenças.

Existem cerca de 5 mil espécies de baratas, das quais 1 mil são brasileiras. Muita gente não sabe que as baratas urbanas correspondem a 1% do total de espécies desses insetos - o restante são espécies silvestres.

Barata luminosa
As baratas silvestres são importantes recicladoras de matéria orgânica. Não transmitem doenças, nem exalam mau cheiro, explica José Albertino Rafael, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Atualmente, Rafael coordena pesquisas sobre uma espécie de barata, a Lucihormetica fenestrada.

O objetivo é entender como essa barata emite luz fria, da mesma forma que os vaga-lumes. Nestes insetos, sabemos que as reações produtoras de luz ocorrem em células denominadas fotócitos.

Baratas do tempo dos dinossauros
Os fósseis mais antigos de baratas estão datados em cerca de 320 milhões de anos, do período Carbonífero. Esses registros são impressões em rochas pré-históricas - o padrão das nervuras presentes nas asas é característico de cada espécie.

Fósseis de baratas encontrados nas rochas calcárias da Formação de Santana, na região mineira de Santana de Cariri, datam de 112 milhões de anos, do período Cretáceo Inferior. Isso prova que esses insetos foram contemporâneos dos dinossauros.

Fórmula que deu certo
As baratas são sobreviventes de todas as alterações climáticas e ambientais sofridas pela Terra em centenas de milhões de anos. Como uma fórmula "que deu certo", elas não mudaram muito de lá para cá. Apresentam apenas variação no número de nervuras em suas asas e de espinhos nas pernas.

A espécie comum no ambiente urbano é a Periplaneta americana, conhecida como barata grande ou de esgoto. As baratas urbanas vivem próximas dos seres humanos por três motivos: água, alimento e abrigo, esclarece o especialista em estudos com baratas urbanas, Neliton Silva, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Baratas gostam de cerveja
Esses insetos são tão adaptados às cidades que se alimentam até mesmo de cola e papel - e apreciam bebidas alcoólicas, como a cerveja, segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz.

De cor marrom-avermelhado, essas baratas voam e vivem em ambientes escuros, quentes e úmidos, como esgotos, ralos e lixo. A Periplaneta americana, bem como a Blatella germanica, originária da Europa, disseminam diversas doenças e parasitoses em suas fezes, como toxoplasmose, hanseníase, tifo, disenteria, pneumonia e meningite.

Os predadores das baratas urbanas são, além do ser humano, as aves, lagartixas e, por vezes os gatos. Comer o inseto é uma das formas de esses felinos serem infectados com o protozoário responsável pela toxoplasmose, o Toxoplasma gondii.

Quando as baratas perdem a cabeça
A resistência desses insetos é incrível: eles vivem até quatro anos, podem sobreviver uma semana sem água e um mês sem se alimentar. Também não se afogam com facilidade - seu fôlego dura 40 minutos. O cérebro da barata não fica só na cabeça, mas ao longo de seu corpo. Assim, se a barata tiver sua cabeça cortada, ela sobrevive por uma semana e, então, morre de sede.

"Olhos" nas costas
A barata está parada. Alguém se aproxima, por trás, para dar-lhe uma chinelada e ela sai correndo na direção oposta - dificilmente se acerta o alvo na primeira tentativa. Isso acontece porque esses insetos estão equipados com pequenas cerdas sensoriais nas costas, que captam o menor sinal de deslocamento de ar.

O sistema nervoso da barata traduz os impulsos elétricos que lhe dão a informação precisa da direção do ar. Desse modo, o inseto sabe exatamente para onde escapar de sua ameaça. Outros apetrechos sensoriais da barata são suas antenas: elas captam moléculas de cheiro e também informam a direção do vento.

Resistentes ao veneno
O uso de inseticidas pode matar uma barata. Mas, se ela estiver produzindo filhotes, estes serão resistentes ao veneno - ele não mata seus ovos. Para dar fim à barata e garantir que ela não deixe descendentes, o mais eficaz é mesmo uma chinelada.

O acúmulo de lixo e a sujeira significam uma infinidade de alimentos para as baratas. Por isso, uma das melhores maneiras de se evitar a convivência com esses insetos é a higiene. Esse cuidado e a desinsetização periódica são suficientes para o ambiente ficar livre de baratas, por algum tempo.